“Eu não aconselho ninguém a ser um Relações Públicas”

terça-feira, 28 de junho de 2011
Redação: Cintia Michepud
Edição: Diego Rafael


No dia 19 de maio, o jornalista, publicitário e relações públicas Nemércio Nogueira promoveu um bate-papo com os alunos na quarta noite da 11ª Semana de Comunicação. Quebrando os modelos utilizados por todos os palestrantes até então, Nogueira prendeu a atenção de todos com seu carisma e inteligência, trocando os slides e efeitos multimedia por um simples microfone e muitas idéias sobre comunicação.
Sua primeira declaração prendeu de imediato a atenção da platéia, formada, em sua maioria, por estudantes de Relações Públicas. “Hoje, a comunicação está vivendo sobre três vetores principais: a democracia e a liberdade de expressão, o paroxismo das comunicações e a evolução do papel social das empresas nos dias atuais.”, enfatizou o experiente profissional.

De modo geral, esses três vetores mudam a importância dada a essa área em específico, da Comunicação Social. Partindo do princípio que a sociedade vive sobre estes três pilares, o mercado passa a compreender e aceitar este profissional de maneira mais positiva, reconhecendo a importância que este exerce na caminhada rumo ao sucesso de uma organização.

Porém, foi enfatizada a vertente ‘sustentabilidade’ da responsabilidade social. “Essa é a estratégia que a iniciativa privada adotou para legitimar seus lucros. Considerando que a palavra ‘lucro’ possui uma conotação negativa para a maioria das pessoas, a sustentabilidade chega para amenizar essa impressão: “ela coloca parte deste lucro a serviço do bem-estar da comunidade, da sociedade (...) não é porque é boazinha, mas, sim, porque é egoísta, esperta; percebe que se não for assim, estará por fora”, relatou.

Atualmente, a maioria das empresas veem a sustentabilidade apenas como uma oportunidade para fazer marketing e evitar a conotação negativa que a palavra lucro possa trazer às marcas. Muitas delas, inclusive, só assumem papéis de responsabilidade socioambiental após sofrer sanções ou assinar contratos com órgãos governamentais que exijam essa postura.

Sabemos que o lucro é parte fundamental no desenvolvimento de uma empresa. Porém é necessário que ele esteja atrelado ao desenvolvimento socioambiental dos locais em que as empresas estão inseridas. Dessa forma, todos conseguem se desenvolver em patamares que aliem desenvolvimento financeiro, preservação da natureza e a estruturação de uma sociedade mais justa e saudável.

Nesse caso, o papel do RP é saber adequar os discursos proferidos pelas empresas para cada um de seus públicos, bem como mantê-las a par das tendências sociais. Não é somente papel de o Estado zelar pelo bem-estar da sociedade: as organizações também dever se ver responsáveis pelo ambiente que afeta com suas atividades e com cada um dos cidadãos que nele vive.

Por fim, é sobre a liberdade de expressão que atualmente vivemos: há espaço para que diversas opiniões sejam manifestadas. Como disse Nemércio, “a atuação de Relações Públicas, de fato, é uma profissão totalmente integrada à democracia. E vem se tornando cada vez mais importante no cenário mercadológico.”