Desaparecimento de gelo no oceano Ártico é preocupante

sábado, 25 de junho de 2011
Texto: Jéssica Almassi
Foto: Divulgação de agências internacionais


O degelo anual do oceano Ártico já vem sendo pesquisado há anos, porém em 2002 foi percebido um considerável aumento nesse processo. Em abril deste ano, foi constatado que a extensão do mar congelado está entre as duas menores desde que as medições com satélites começaram, há 30 anos.

De acordo com a Universidade do Colorado o nível de gelo no Ártico ficou entre o mais baixo registrado em 2009. Além disso, entre 1979 e 2009, uma área maior do que o Estado do Alasca desapareceu. E pesquisas feitas pela NASA também informaram que a espessura do gelo deve estar mais fina, tornando possível grande derretimento durando o verão.

Muitas pesquisas confirmam o aumento da temperatura média global. Conforme cientistas do Painel Intergovernamental em Mudança do Clima (IPCC), da Organização das Nações Unidas (ONU), o século XX foi o mais quente dos últimos cinco, com aumento de temperatura média entre 0,3°C e 0,6°C. Esse aumento apesar de não parecer significante é o necessário para modificar todo clima de uma região e afetar profundamente a biodiversidade, desencadeando vários desastres ambientais.

Segundo especialistas, a região do oceano Ártico é a mais afetada. Nos últimos anos, a camada de gelo desse oceano tornou-se 40% mais fina e sua área sofreu redução de aproximadamente 15%. As principais cordilheiras do mundo também estão perdendo massa de gelo e neve. As geleiras dos Alpes recuaram cerca de 40%, e, conforme artigo da revista britânica Science, a capa de neve que cobre o monte Kilimanjaro, na Tanzânia, pode desaparecer nas próximas décadas.

Cientistas da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, descobriram que a água que vai do Atlântico Norte e deságua no Ártico está em seu nível mais quente dos últimos dois mil anos. O derretimento do gelo causado pela temperatura da água vem forçando ursos polares a nadar distâncias cada vez maiores para encontrar um lugar para descansar e caçar.

Os cientistas temem que os picos de temperatura possam levar a um Ártico sem gelo nos próximos anos e que isso poderia pôr em risco os ursos polares, que precisam do gelo para sobreviver. Essas mudanças também poderiam causar a elevação do mar em todo o mundo e mudanças drásticas para o ambiente, segundo os pesquisadores.

Em busca de alternativas para minimizar o aquecimento global, 162 países assinaram o Protocolo de Kyoto em 1997. Conforme o documento, as nações desenvolvidas comprometem-se a reduzir sua emissão de gases que provocam o efeito de estufa, em pelo menos 5% em relação aos níveis de 1990. Essa meta tem que ser cumprida entre os anos de 2008 e 2012.

Entretanto, vários países não fizeram nenhum esforço para que a meta seja atingida, o principal é os Estados Unidos. Atualmente os principais emissores dos gases do efeito de estufa são respectivamente: China, Estados Unidos, Rússia, Índia, Brasil, Japão, Alemanha, Canadá, Reino Unido e Coreia do Sul.