Bom conhecedor de cremes e com um carro bem curioso, o Papo Reto essa semana será com Rafael Lebre, aluno de Direito da FRB

segunda-feira, 6 de junho de 2011
“O carro me esperou crescer, quando tinha 18 anos. Foi aquela alegria.”


Texto: Ana Carolina Rinaldi e Amanda Ceretti
Edição: Vinicius Elias Pereira e Alexandre Martins



Rafael Lebre. Quem é aluno das Faculdades Integradas Rio Branco certamente já ouviu falar deste nome. Estudante de Direito, o aluno é conhecido por, praticamente, toda a Faculdade. Com seu jeito extrovertido de se vestir e o carro dos anos 1930 que chama a atenção de todos, Rafael Lebre conquistou a amizade dos alunos e professores. “Acabo conhecendo todo mundo, acredito por ser brincalhão e despertando simpatia nos outros.”, disse o entrevistado do papo reto dessa semana.


Profissão Foca: Aqui na faculdade não tem um que não te conheça. Só perguntar do Lebre que todos sabem. Como surgiu essa “popularidade”?

Rafael Lebre: Na verdade, eu não sei. Eu sempre fui de conversar com todos, desde moleque. Acredito que acabo conhecendo todo mundo por ser brincalhão e despertando simpatia nos outros.

PF: Quais as conseqüências dessa popularidade toda?
RL: Às vezes isso me atrapalha um pouco, porque em algumas situações estou em uma conversa importante, a pessoa precisa saber alguma informação ou até eu mesmo preciso saber alguma coisa, e no meio do caminho aparecem vários colegas. Quando vejo, perdi a pessoa de vista e não tenho a informação que precisava. Por outro lado, acaba sendo bom conhecer um monte de gente, pois às vezes alguém precisa de uma indicação ou eu preciso que me indiquem, como se fosse um network.

PF: De onde surgiu seu conhecimento por cremes da Victoria´s Secret?
RL: Eu tinha uma namoradinha no Rio de Janeiro e, como eu viajava muito, ela falava para eu trazer alguns cremes da Victoria´s Secret para ela. Imagina eu, naquela loja toda rosa, com várias lingeries e aquele cheiro de creme. É um tanto quanto ofensivo para os homens. Mas, foi a partir daí que comecei a conhecer todos os cremes. Em 2007 ou 2008, se eu não me engano, foi um “boom” de cremes da Victoria, toda mulher usava. Eu ia na balada, puxava as meninas pelo braço e falava o nome do creme que ela estava usando. A menina ficava em choque, me perguntando como eu sabia. Fiquei com várias meninas por conhecer creme.

PF: E a história dos esmaltes? Como você conhece, até mais que as próprias mulheres, os nomes dos esmaltes?
RL: Foi outra coisa que eu comecei a achar engraçado e que despertou curiosidade em mim. O nome dos esmaltes era Caipirinha, Inveja Boa, Canoa, Biquíni, entre outros. O que eu mais gostava era um verde com o nome de Sereia. E o esmalte meio que virou febre, todas usavam. Assim, quando via minhas amigas eu falava “ah você está usando o Sereia”. E a partir daí comecei a conhecer várias outras cores e brincar de adivinhar que cor de esmalte e cremes que elas estavam usando.

PF: Verdade que perguntam para você se você é homossexual?
RL: Ah, direto. Com essa minha mania de esmalte e creme, e pelo meu jeito extrovertido, as pessoas perguntam mesmo se eu sou gay.

PF: E você?
RL: Eu não ligo não, respondo que não sou e pronto. [Risos].

PF: Todos sabem quando você chega à faculdade, é só buzinar. Mais afinal, qual é a história do seu carro que, por sinal, é muito conhecido?
RL: Bom, meu avô comprava carro, isso na década de 1930, e tinha um péssimo hábito de comprar e não vender. Meu pai, quando tinha seus 20 anos, começou a pegar gosto pelos carros antigos, tanto que fez um curso de desenvolver ferramenta e começou a trabalhar com isso. Quando eu nasci, meu pai tinha acabado de construir um carro que era de um cliente e que estava em linha de teste. Desta maneira meu pai pensou, já que meu filho nasceu e o carro precisa de um teste, vou buscar ele na maternidade. Foi assim que andei a primeira vez em um carro. Quando eu tinha 9 anos, ele descobriu que o carro tinha sido vendido para outra pessoa e conseguiu comprar. Colocou o carro no meu nome. O carro me esperou crescer. Quando fiz 18 anos foi aquela alegria. Viajava com o carro, ia para a faculdade, para a balada, para todo lugar que você possa imaginar. Esse carro é o meu xodó.

PF: E, por ser um carro antigo, já te deixou na mão?
RL: Olha, na mão não. Mas, quase ninguém sabe mexer nesse carro. Eu mesmo sei porque trabalhei com o meu pai durante cinco anos, senão não saberia também. Se acontecer alguma coisa com ele e eu parar em uma oficina comum, como já aconteceu, não adianta, eles nem sabem o que fazer.

PF: E nesse caso, o que você faz?
RL: Nesse caso, eu desço na oficina, pego as ferramentas dos caras e eu mesmo arrumo o carro. Uma vez, eu estava andando na Radial Leste e o freio do carro simplesmente soltou. A sorte é que eu praticamente caí em cima de uma oficina. Implorei para os caras me emprestarem as ferramentas e eu mesmo dei um jeito.

PF: É verdade que você vai vestido assim, todo colorido, para os fóruns?
RL: Olha, eu sempre tive essa mania de me vestir assim, digamos, diferente. No Direito, tem essa cultura histórica de se vestir social, até pelo respeito aos Juízes. Mas, como eu sou estagiário, eu vou de colorido mesmo. Tem alguns Juízes que até cumprimentam e não ligam não. Eu acho que a roupa de uma pessoa não influencia o que ela é profissionalmente. Já vi caras de terno e gravatas serem péssimos, enquanto outros estavam sendo muito melhores, sem o terno e a gravata. Eu não julgo ninguém pelo estilo de roupa que ela usa.