Nemércio Nogueira, palestrante desta quinta-feira, aponta as três vertentes essenciais para o profissional de relações públicas

sexta-feira, 20 de maio de 2011 0 comentários
Relações Públicas é a profissão da democracia e consiste em ser um pouco sociólogo, estrategista, ter informações e sensibilidade política, ter conhecimento jurídico e ser um bom comunicador



Texto: Natalia Tozzo e Vinicius Pereira
Edição: Camila Teixeira e Jéssica Almassi
Fotos: Marcella Tollendal


“Talvez essa seja a maior transição que as Relações Públicas tiveram na história”. Foi assim que Nemércio Nogueira iniciou a segunda palestra da noite desta quinta-feira, na 11ª Semana de Comunicação. Mercados cada vez mais inchados, alterações na economia e na política em níveis nacionais e mundiais, e um núme­ro de fatores que dificultam cada vez mais a atuação das organizações são alguns dos motivos para essa Era ser considerada mais complexa.
Na opinião de Nemércio, as mudanças existentes na profissão são reflexo de três vetores. O primeiro é a Democracia. A liberdade de expressão do pensamento existente hoje era algo improvável no passado. “É a democracia mais ampla que a gente já teve no Brasil”, completa o palestrante da noite.
O segundo vetor foi definido por Nemércio como paroxismo das comunicações. A instantaneidade, a interatividade, e outras novas maneiras de comunicação da atualidade estão diretamente ligadas à transformação da profissão. Esse vetor está relacionado também a uma mudança social. “Os jovens de hoje são diferentes do que eram na minha época. Por exemplo, são mais impacientes”, disse o palestrante, em referência a velocidade com que as informações são transmitidas hoje em dia.
O terceiro e último vetor refere-se a evolução dos papéis sociais das empresas. Nemércio a dividiu em quatro etapas: Primeiro, o papel das empresas anteriormente era pagar impostos e gerar empregos, isto evoluiu para o compromisso da responsabilidade social e empresarial, passou para a atuação direta na sociedade, chegando, hoje com a sustentabilidade como protagonista da área. “Por esses três vetores estamos hoje, no Brasil, num patamar muito mais importante que no passado”, disse.



O profissional de Relações Públicas, por ser um estrategista em relacionamento, precisa estar atento às novas interfaces. Hoje, ele tem que ser muito mais do que um estrategista. “O profissional precisa ser a cara política da empresa para conceituar e pilotar a inserção da empresa na sociedade que ela atua”, disse Nemércio. Nos dias de hoje, as empresas não podem se limitar a atuar na sociedade, elas também devem interferir através de ações no sustento da mesma. “Está caindo no colo das empresas uma função que é do Estado”, afirma o palestrante,. "As empresas não estão preparadas para isso, pois não foram feitas para isso, mas estão sendo obrigadas a exercer um papel de interesse público.
Nemércio ressaltou também a importância de os profissionais de RP conhecerem outras áreas. Na opinião dele, quem trabalha nessa área deve ser um pouco sociólogo, ter informação e sensibilidade política, conhecimento jurídico, além de ser um bom comunicador. Eles devem saber dialogar de uma maneira produtiva, com todos os setores. “A boa comunicação gera valor para a empresa”, disse Nemércio.
Para finalizar, Nemércio reforçou a importância da sustentabilidade, afirmando que ela é a melhor bandeira institucional que uma empresa pode levantar hoje em dia. “Lucro tem uma conotação negativa na cabeça das pessoas. A sustentabilidade coloca parte do lucro na vida delas”, falando sobre a parte social.
Abrindo espaço para perguntas, o palestrante respondeu uma feita pelo professor Cyro Pachicoski Couto das Faculdades Rio Branco, no qual questiona até quando as pessoas se comunicam. " Prefiro um mundo em que haja comunicação em excesso e de má qualidade do que pouca comunicação. É melhor ter uma imprensa imperfeita do que nenhuma imprensa, exemplos disso atualmente são as manifestações do Oriente Médio e as Organizações de brigas das torcidas marcadas pelas redes sociais como o twitter”.
Segundo Nemércio, “Você tem que fazer RP porque você quer fazer. Deve conhecer e saber se quer fazer ou não aquela profissão. A pessoa tem que ser o que ela quiser. Hoje em dia, diferentemente de antigamente, tem muita informação no mundo para saber o que cada profissão faz”, finalizou o palestrante.
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