Juca Kfouri é a atração da segunda noite de palestras da 11º semana de comunicação das FRB

terça-feira, 17 de maio de 2011 0 comentários
A palestra do jornalista contou com mais de 250 expectadores e tratou sobre a ética no jornalismo




Juca Kfouri foi a atração desta terça-feira





Texto: Vinicius Pereira e Felippe Gurgel
Edição 1: Ligia Neiva
Edição 2: Melissa C.
Fotos: Isabelle Vassalo e Fernanda Falcão



A 11ª Semana da Comunicação das Faculdades Integradas Rio Branco recebeu nesta terça-feira, 17 de maio, o jornalista Juca Kfouri para a palestra "O jornalismo e a marcenaria", no auditório da faculdade. Demonstrando simpatia e sem esquecer o futebol, Kfouri parabenizou o Santos pela conquista do Campeonato Paulista e, ao mesmo tempo, provocou seus torcedores, assim como fez com os palmeirenses e são-paulinos presentes, para delírio dos corinthianos.


Após a brincadeira, citou um trecho do livro “A Regra do Jogo”, de Cláudio Abramo, que em sua opinião é um dos maiores jornalistas que o Brasil já teve. "Sou jornalista, mas gosto mesmo é de marcenaria. Gosto de fazer móveis, cadeiras, e minha ética como marceneiro é igual à minha ética como jornalista: não tenho duas.” Seguindo os "ensinamentos" de Abramo, Kfouri disse que a ética do jornalista é como a ética de um carpinteiro, e para exemplificar afirma que você vai confiar em um carpinteiro que entregar o trabalho encomendado conforme combinado, assim como você confiará em um jornalista que tenha responsabilidade e relate os fatos da maneira como ocorreram.


De acordo com o dicionário “Academia Brasileira de Letras”, ética é o estudo dos valores e normas que permeiam a conduta humana dentro da vida prática. Valores como honestidade e respeito fazem parte do significado dessa palavra. O termo caminha ao lado do profissional que se preze, durante toda sua carreira. “Jornalista ético é aquele que ilumina um fato e o relata como ele viu”, disse Kfouri. “Toda notícia colhida assim é feita de maneira ética”, completou. “Nós jornalistas erramos muito. Uma coisa é você errar achando que está acertando, outra é você errar para prejudicar alguém”, falou o palestrante, completando que “a maneira mais simples para corrigir um erro é admitir que errou”.


Há, também, questões óbvias na profissão. Segundo o jornalista, não dá, por exemplo, para ser publicitário e jornalista ao mesmo tempo, pois os conflitos de interesses são claros. “Se você quer ficar rico, é mais fácil ser publicitário e se quer se divertir em uma profissão digna é mais interessante ser jornalista”, explicou. Juca Kfouri afirma que adora e se diverte com o que faz. Mas isso não significa que ele não esteja triste em alguns momentos, pois, em sua opinião, é comum em todas as áreas. Para ele “O jornalismo não é uma profissão como outra qualquer, porque tem uma missão” e “É imperdoável alguém abrir aspas e escrever o que a pessoa não falou".







Com mais de 250 presentes, Juca conduziu a palestra de maneira dinâmica





Fazer jornalismo independente, ser crítico e ser sério vale a pena na opinião de Juca Kfouri: “É o caminho mais difícil, mas é o que dá mais satisfação.” O jornalista afirmou ainda que várias vezes fez coisas com as quais não concordava e que o segredo está em não ferir seus princípios. “Nada pode ser mais ético que ter princípios e segui-los fielmente, com flexibilidade. Mudar de posição, fazer autocrítica e refletir sobre as coisas que você fez é uma obrigação diária”, e finalizou deixando uma frase para todos: “se não fizer certas coisas por virtude faça por oportunismo, as pessoas gostam.”Após a palestra, Kfouri abriu espaço para que os estudantes fizessem suas perguntas.


Questionado sobre o profissionalismo e a ética no jornalismo esportivo, respondeu: “Você não pode fazer jornalismo esportivo no Brasil e não apontar os erros como no Pan do Rio, pois as mesmas pessoas que organizaram em 2007 estão fazendo de novo para 2016. É a farra do boi. E nós não vemos isso na TV aberta, pois eles possuem os direitos disso e daquilo”. Para o jornalista, “é melhor ser transparente do que não ser rotulado”, sobre o fato de assumir o time para qual torce, quando perguntado se isso influencia no profissionalismo. “Quem escreve é a pessoa jurídica e não a física”, conclui.







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