Texto de Guilherme Lima e Vinicius
Edição de Gabriela Martins e Alexandre Arcari
Profissão Foca: Em qual semestre você está Lucas? E o que você está achando do curso? E você Naryana?
Lucas: Estou no 7º semestre de RTV. Particularmente, eu gosto muito do curso. Não tenho nem o que falar de mal. Desde o 1º semestre, eu sempre curti porque vi que era o que eu queria.
Naryana: Eu já conclui o curso de RTV, no ano passado e gostei muito. Gostava mais das aulas práticas do que das teóricas. Mas no último semestre percebi que as aulas teóricas faziam uma grande diferença.
PF: Já pensaram em trancar, desistir, fazer outra faculdade ou outro curso?
L: Nunca pensei.
N: Em vários momentos eu pensei em mudar de curso. Eu entrei já não querendo fazer RTV. Prestei Farmácia, Oceanografia, vários cursos. No segundo ano, quando tem mais matérias teóricas eu pensava “não é isso que eu quero, vou desistir”, mas também pensava “ah, já cheguei até metade do curso, vou continuar” e continuei. E agora eu to gostando.
PF: Como vocês conseguiram estágio aqui na faculdade?
L: Eu fui indicado, mas passei por um processo também, tive que fazer entrevista com o RH, mas foi relativamente tranqüilo. Eram necessários poucos requisitos, basicamente, saber fazer edição. Esse é meu primeiro estágio e estou aprendendo muito. É muita correria, várias aulas para gravar, então tem muito material pra editar, é bem legal.
N: Antes eu não trabalhava na área, mas larguei tudo, pois achava que precisava aprender. Foi quando fiquei sabendo da vaga na Instituição.
Eu comecei como estagiária e fiquei durante um ano e três meses, foi meu primeiro estágio e agora estou efetiva. Quando acabou eu fiquei de férias, até ficar sabendo da vaga para trabalhar aqui. Fiz entrevista, comecei a trabalhar e estou aqui até hoje. E estou bem feliz.
PF: O que vocês aprenderam com o estágio?
N: Eu tinha as noções de gravação em sala de aula, mas é na prática que a gente aprende as coisas, no dia-a-dia. É na correria, fazendo o trabalho, que foi onde eu mais aprendi a mexer mais com edição e gravação, tudo bem legal. Eu acho que aprendi muito por ser meu primeiro estágio.
PF: Como vocês lidam com a pressão e como é o relacionamento com os funcionários da faculdade e os que trabalham diretamente com vocês?
L: O relacionamento com os funcionários da faculdade é tranqüilo e com o pessoal que trabalha diretamente com a gente é melhor ainda. Tem aquela troca de experiências, é bem legal. Eu acho que nós não trabalhamos sob pressão, é relativamente tranquilo porque é tudo agendado. A gente tenta conciliar o nosso tempo.
PF: Como vocês conciliam a relação estudo/estágio?
N: Eu ficava o dia inteiro na faculdade. Eu moro um pouco longe e era difícil eu ir pra casa e voltar. Tinha aula das 8:20 até 12:00. Eu almoçava depois descansava e corria para o laboratório. Estudava e fazia os trabalhos. Vinha para o estúdio, trabalhava e ia embora, deu certo. Foi assim por um ano e três meses. Na época do TCC eu quase fiquei louca, fazia o mesmo esquema. Às vezes eu pedia um favor ou outro pra Suli e ela sempre me ajudou quanto a isso, porque apesar de você estar trabalhando o estudo está sempre em primeiro lugar. Então deu tudo certo.
L: Até agora eu consigo conciliar o tempo de forma relativamente tranqüila. Consigo ir pra casa almoçar, até durmo um pouquinho à tarde. Mas conforme vai terminando o ano vai aumentando aquela correria para TCCs. Tem dias que eu fico na faculdade o dia inteiro. Mas até agora eu consegui conciliar bem. Acho que hora que a gente começar a gravar vai ficar mais difícil em relação ao tempo. Vamos ter que nos dedicar mais ao nosso trabalho de conclusão do que nosso trabalho em si aqui no estúdio.
PF: Quais são as funções que vocês exercem aqui?
N: Basicamente nós auxiliamos professor e aluno em todos os trabalhos e gravações. Nós editamos materiais, acompanhamos o professor em aula para fazer gravação no estúdio, com os alunos de RTV e de Jornalismo. A gente também auxilia o pessoal da Fundação, quando tem palestras por exemplo.
PF: Vocês acham que aprendem mais aqui no estúdio ou na sala de aula?
N: Eu acho que a parte prática a gente aprende mais aqui. Mas o que dá embasamento para você entender a prática é a sala de aula, a parte teórica. Era obrigatório ler textos, pesquisar, fazer trabalhos, toda dinâmica da sala de aula ajuda a aprender.
L: Tem que ler muito. Apesar de não parecer, tem muito livro, vários artigos e os professores enviam muitos pdfs, então tem que correr atrás mesmo. A teoria ajuda bastante para ter uma referência na prática.
PF: O comportamento de vocês é o mesmo aqui e na sala de aula? É mais formal ou informal?
L: Eu me sinto a vontade. Acho que me comporto da mesma maneira tanto na sala de aula como aqui. Por já conhecer o pessoal, agora eu estou muito bem. No começo você fica meio travado, mas vai passando com o tempo.
PF: Qual são seus objetivos profissionais?
L: Até agora eu não pensei direito no que eu quero fazer. Eu entrei no curso querendo trabalhar no Rádio, que eu gosto muito, e se tiver oportunidade eu não vou abrir mão. Mas se for pra trabalhar com vídeo, eu gostaria de trabalhar mais com mídia independente. Estou meio confuso.
N: Por enquanto eu estou mais tranqüila, ainda estou pensando no que eu vou fazer. Eu gosto muito da área de mídia, áudio e rádio. Eu gostaria de fazer alguma coisa ligada à produção ou a direção. É nosso sonho né?
PF: Vocês pensam em fazer algum outro curso?
L: Temos que pensar em ter um aperfeiçoamento, não podemos ficar parados no tempo. Na faculdade eu fiz uma oficina de cinema e uma de documentário, para ter mais base. Nós precisamos disso. Não é só a faculdade nos fazer ser um bom profissional da área.
N: Não pode parar de estudar e o estágio é um estudo. Eu estou pensando em fazer uma Pós Graduação na Argentina, em fotografia. Estou juntando dinheiro para ir, mas enquanto isso não acontece vou fazendo uns cursinhos paralelos.
PF: Contem alguma história curiosa, engraçada, surpreendente, que aconteceu no estágio.
L: Eu não me lembro de ter passado uma história curiosa. Eu acho que quando a gente começa a trabalhar na área enxergamos coisas que a gente não vê no mundo. A oficina de cinema que eu fiz na Brasiliândia foi algo que me ajudou muito. Adaptamos um caso comum, num curta-metragem, e fomos buscar uma locação. Nós entramos numa viela de terra batida pois precisávamos de uma casa bem humilde. A gente tinha que atravessar uma ponte, a mulher morava em cima de um córrego, e o cheiro era horrível. Você passa a ter visões que pra maioria da população é comum. A casa era do tamanho desse estúdio e os móveis todos juntos. A gente passa enxergar outra realidade. Até no relacionamento com as pessoas também temos que tomar cuidado, pela vida que a pessoa leva. Acho que foi isso que mais me impactou até agora. Em outras oficinas também tive experiência com isso. Mas eu acho legal, trabalhar em periferia. O pessoal é sempre muito receptivo. Na nossa casa ou na faculdade, não existe a visão do mundo que temos fora.
N: Eu vou contar uma história engraçada. Foi a primeira vez que eu fiz gravação aqui no estúdio. A aula terminava 22:40, mas eu saia as 22:00 do estágio. E meu despertador era aquela musica da ‘Jhonson’. Aquela ‘eu nasci com cabelo...’ eu sempre deixava tocando para eu não esquecer de bater o ponto. E no meio da gravação começou a tocar, aquele barulho. Eu não sabia onde enfiar minha cara, fiquei vermelha, o estúdio estava cheio de aluno além do professor. Foi complicado!
PF: Pra finalizar, eu gostaria que vocês nos dessem uma ou mais dicas para quem quer procura seu estágio, para quem tem interesse em entrar na área o mais rápido possível.
N: Em primeiro lugar tem que querer, tem que estar ligado, sempre procurando. Aqueles sites, CIEE, Nube, até a Catho podem ser uma opção.
L: É importante mandar currículo para todo lugar, você tem que “dar a cara pra bater” mesmo.
Confira o vídeo no nosso canal: http://www.youtube.com/watch?v=S_3jwlS_mGQ
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