Professora Patrícia Rangel esteve presente no auditório da FIRB |
Fotos: Égon Ferreira
As professoras Patrícia Rangel e Júlia Lúcia de Oliveira contribuíram para o livro “70 Anos de Rádiojornalismo no Brasil” com o artigo “Reportagens especiais, decumentários e série de reportagens: Profundidade nas ondas de rádio”. Primeiramente fazem um levantamento histórico sobre o modelo de notícia utilizado no rádio desde o Repórter Esso até o desenvolvimento de reportagens especiais. Em seguida diferenciam os três formatos (reportagens especiais, decumentários e série de reportagens) e relatam suas especificidades.
Elas apresentam suas pesquisas em seis rádios de São Paulo: Jovem Pan, Bandeirantes, Eldorado, Band News, CBN e Cultura AM, em busca da incidência de reportagens especiais. Constataram que o espaço para essas produções em suas programações são restritos ou inexistentes, no entanto, a rádio CBN disponibiliza um repórter para reportagens especiais, que pode passar até três semanas fora da redação pesquisando, levantando fontes, o que demanda muito investimento da emissora.
Profª Júlia Lúcia falou sobre a importância do rádio nos dias atuais |
A rádio Cultura também tem espaço para produções desse tipo com concursos para jovens universitários. Com isso descobriram que essa é uma tendência, que aos poucos as emissoras liberem mais espaço para reportagens aprofundadas “É uma opção de diferencial, as emissoras estão olhando com mais carinho, investindo” afirma a professora Patrícia sobre o assunto.
A professora Júlia diz que o rádio trabalha com narrativas que lidam com as características desse veículo, que tem a capacidade de criar imagens. “Sai do dia-a-dia da notícia e traz um olhar mais aprofundado sobre as questões do cotidiano. Tem o poder de mudar status, situações e cenários, tem força e um papel social” complementa Júlia.
Ambas ressaltaram que as atuais redes de rádio, não estão apostando em grandes reportagens. Geralmente é dada uma prioridade para informações curtas que possam chegar com mais agilidade para os ouvintes, no entanto a perdem na maior apuração e no detalhamento da notícia.
Patrícia Rangel e Júlia Lúcia fizeram uma pesquisa em seis emissoras de rádio, entre elas, CBN, Jovem pan e Cultura, e praticamente não encontraram nenhuma matéria no perfil documentário, em que a noticia vai muito mais afundo do que as curtas sonoras. Nos atuais tempos, “As rádios não conseguem disponibilizar um repórter só para cuidar de uma reportagem” afirma Júlia que acredita no poder das novas mídias para a disseminar a radiodifusão no Brasil.