“70 anos do Radiojornalismo no Brasil”: livro lançado em vários estados do Brasil, teve ação especial nas FRB

segunda-feira, 5 de setembro de 2011
Texto: Amanda Campoy
Edição: Marcia Leite


O livro “70 anos de Radiojornalismo no Brasil” foi idealizado pela professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Dra. Sônia Virgínia Moreira, e é composto por 22 artigos de professores e pesquisadores de diversos pontos do Brasil.

Lançado simultaneamente em vários estados do Brasil e com ação especial no campus das Faculdades Integrada Rio Branco, “a proposta do livro surge dentro de um ambiente colaborativo por excelência, que é o grupo Intercom, a Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação”, diz a professora, complementando que no início do ano passado se deu conta da data e mandou uma mensagem ao grupo para propor algum tipo de celebração, para marcara data histórica. Os integrantes do grupo mandaram propostas de artigos e, dentre os 22 selecionados, 12 são fruto de estudos de mestrados ou doutorados, “fazem parte de uma história de um crescimento acadêmico e profissionaldos pesquisadores”, complementa Sônia.

Produzido pelo professor Marcelo Cardoso, da UNISA, o artigo “O rádio informativo em São Paulo: entre jornalismo logocêntrico e focos de resistência” traz um debate sobre a mecanização e racionalização do rádiojornalismo, o que ele chama de “jornalismo logocêntrico” e rádios e jornalistas que conseguem fazer um trabalho diferente. A crítica feita é para a falta de espaço para a criatividade, para explorar a linguagem do rádio, a percepção sensorial. “Percebi que o jornalismo das rádios de São Paulo atualmente tem um modelo muito baseado na racionalidade, que privilegiam os índices de audiência, com muita velocidade, manuais de redação, e deixa pouco espaço para jornalismo mais reflexivo” explica Marcelo, e complementa “defendo muito no artigo que desde o golpe militar, o jornalismo ficou duro, racional, capitalista, tecnológico, é preciso resgatar essa coisa de ir a campo e valorizar a parte humana do jornalismo radiofônico, a audiência tem que falar mais, ter mais espaço para o ouvinte”.

Outro artigo, intitulado "Repórter Esso: referências em depoimentos e publicações impressas sobre o período de exibição do mais famoso noticiário do rádio brasileiro”, fala sobre o período do Repórter Esso e conta a história do Dalmácio Jordão, repórter do programa em 1952. Pedro Vaz, que atualmente é professor da Cásper Líbero, é o autor desse artigo e conta ter escolhido o tema por ser uma referência do radiojornalismo brasileiro, pela seriedade que o noticiário tinha “o que me motiva é ter contato com essa credibilidade e também passar isso aos meus alunos” diz, destacando que o  artigo foi inspirado em sua pesquisa de mestrado.

Escrito em conjunto pela professora Júlia Lúcia de Oliveira Albano da Silva, da UNISA e a professora Patrícia Rangel, das FRB, um artigo sobre as séries, reportagens e documentários radiofônicos que integra um formato do rádiojornalismo brasileiro é destaque no livro. De acordo com as autoras, o objetivo é mostrar e discutir a partir de teorias e entrevistas realizadas com editores chefes de grandes emissoras de rádio de São Paulo o formato das reportagens. ”A reportagem é conceituada como um olhar de profundidade a respeito de um fato que tem uma história, permitindo discutir quais são os fatores que estão ligados a determinado fato”, conta Júlia. A professora ainda complementa dizendo que o livro foi um desafio interessante, pois conseguiu ter contato com pessoas importantes do ramo, editores chefes de emissoras de rádio. Sobre o formato do evento Júlia disse que foi um momento muito importante e emocionante, pois um dos convidados fez parte do programa “Repórter Esso” que começou a ser exibido em 1941, e faz parte da história do rádiojornalismo e do rádio brasileiro. “Reunirpessoas para falar de um veículo fundamental da sociedade brasileira foi uma oportunidade importante e única”