"Rio+20 e você" convida à população para debates relacionados à sustentabilidade no Planetário da Gávea

sexta-feira, 15 de junho de 2012
Entrada do Planetário da Gávea - Zona Sul do Rio de Janeiro (foto: Égon Rodrigues)

Por Égon Rodrigues

A Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, começou oficialmente nesta quarta-feira, no Rio de Janeiro. Representantes de mais de 200 países participam dos eventos, das palestras e das discussões relacionadas à sustentabilidade. No Planetário da Gávea, zona sul do Rio, ocorre o evento "Rio+20 e Você", que convida à população, gratuitamente, para assistir aos debates, aproximar-se dos novos estudos que estão sendo desenvolvidos em diversas áreas e expor suas opiniões.


Nesta quarta-feira, 13, aconteceu durante toda a manhã em um dos auditórios do Planetário a "Cúpula Mundial Educação Metacognitiva: A redistribuição democrática da cognição na era do desenvolvimento sustentável e da educação para a transição". O nome parece difícil, mas em outras palavras significa criar modelos de educação visando ensinar às crianças e aos jovens de maneira dinâmica, por meio de jogos e maneiras adequadas a cada um dos jovens. Durante a palestra, foram apresentados os estudos de Carla Verônica, professora da UFRJ, que estuda a metacognição há mais de 20 anos com seus próprios recursos.

Carla, sem financiamento algum de terceiros, abriu três clínicas para tratar problemas de crianças que sofreram com abusos, violência e negligência e que vivem nos morros ou em abrigos da Prefeitura, responsáveis por dar proteção a jovens e crianças nestas condições. Em sua pesquisa, descobriu que crianças nestas condições tem dificuldades de aprendizagem. "Havia jovens de 17 e 18 anos, por exemplo, comendo com as próprias mãos, ou que não sabiam ler ou escrever." Contou ela, durante a palestra.

Auditório do Planetário durante debate (foto: Égon Rodrigues)

A professora também publicou uma pesquisa internacional no Congresso Internacional de Medicina e Informática com essas crianças acima de 12 anos, todas analfabetas e com sérios problemas de aprendizagem e concentração. Durante estes anos de estudo, Carla Verônica desenvolveu uma série de técnicas para melhorar o aprendizado destes jovens. "Hoje, o que se sabe é que estas técnicas servem para crianças de diversas idades e escolas diferentes, que apresentam problemas semelhantes de aprendizado. É um modelo de habilitação cognitiva. É possível desenvolver o Q.I das pessoas, estimulando o cérebro delas de diferentes maneiras." ressaltou ela.

Já desenvolveram-se milhares de jogos voltados à recuperação e ao desenvolvimento dessas crianças. Justamente por crianças de diferentes idades e escolas possuírem problemas de aprendizagem, novos métodos de educação são criados. A educação das escolas, atualmente, aborda o conhecimento de uma maneira única, sem prever que cada um possui uma maneira específica de aprender.

Segundo Cláudia Motta, mediadora do debate, integrante do Instituto Tércio Pacitti e também professora da UFRJ, "o que se pretende é tornar o jovem apto a ter sucesso como pessoa. Uma pessoa auto-sustentável e que não está à mercê de oportunidades." Ela explica que a ideia da Educação Metacognitiva, também, é criar uma educação adaptativa, ensinando à criança de acordo com suas necessidades.